Marcos Clark. Tecnologia do Blogger.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Perecível


És tão linda.
Tão frágil.
Como porcelana, prestes a espatifar.

Tua vulnerabilidade é o que me atrai.
Saber que a qualquer momento tu podes não acordar chega a ser prazeroso.
E cruel.

Colocaria-te numa redoma de vidro.
Tornaria-te parte de minha história.
Recriaria-te a cada dia.

Desejo que te tornes eternamente minha parceira.
Que divida comigo minhas visões de horizonte, sóis poente.
Memórias não vividas, te entrego.

Toda atração que me prendes, tende a me afastar cada vez mais.
Como um produto perecível, temo teu prazo de validade.
Me tomo novamente à solidão.

Pessoas pelo mundo, meu bem, as vezes nascem solitárias.
Sou uma delas.
Toda minha partilha é datada, falida.

Nada pode ser feito, o fim sempre chega.
Destino previamente traçado.
Regras do jogo.

Aproveite o amor enquanto é teu.
Aprecia a mortalidade.
Faça bom uso do tempo que lhe resta, e não se prenda.

Saiba que estarei à teu lado.
Um dia tendo de ir.
Hoje sou teu, meu amor, amanhã nunca sabe.

3 Comente aqui:

Schermak, Anna disse...

Gostei muito do que escreves, de como escreves, essa forma poetica, vai nos deixando meio sheakesperianos.
Parabéns pelo talento.

Larissa disse...

Seu texto nos cativa, não há outro modo de explicar.
E esse amor pelo que é fraco, acho que toma conta de todos nós.

Uuri disse...

hoje nao vou nem comentar,
vou é escrever sobre.

tu me inspirastes com essa pérola!

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