Marcos Clark. Tecnologia do Blogger.

domingo, 17 de julho de 2011

Redenção


Eu sei exatamente o que acontece agora.
A gente vira o rosto e tenta não enxergar um ao outro, até que o tempo vai passando e não nos sobra senão sombras do que antes era nossa vida.
O último suspiro foi dado e me afogo novamente em tuas águas.
Realmente me sinto sufocado, sabia?
Não sei em que direção olhar, você está em tudo.
Me apego a coisas bobas como jogos de video-game, contos vampirescos, qualquer coisa que me distraia um pouco e nada funciona.
Acredita que nem meu gato tem me ajudado nessas horas?
Então, ele me mordeu exatamente no lugar em que feriu você.

Mas não é essa ferida que dói.
Dói não saber pra onde ir.
Dói a incerteza do futuro e a certeza de você não estar mais nele.
Você diria que é coisa passageira e que sou orgulhoso demais, logo logo eu esquecerei de tudo.
Que não me importo com as "Pequenas coisas".
Mas sabia que o mais tem me afetado são as "pequenas coisas"?
São os pequenos sorrisos que não vejo, as pequenas brincadeiras que não tenho mais, os criaturas infantis que nos tornavamos.
São essas coisas pitititinhas que tem acabado comigo.

Eu não me importo de conseguir esquecer as brigas e as coisas grandes.
Eu só queria conseguir abrir aquela gaveta e ainda encontrar suas coisas dentro.
Sei que é piegas e depois de tudo o que dissemos e concordamos, é quase como tentar novamente o fracasso.
Mas é duro, sabe? Olhar suas coisas jogadas no canto do quarto e saber que logo logo nem mesmo essas coisas eu terei por perto.
Isso aqui cheira a você.
Até Beatles tem me feito mal, speaking words of wisdom let it be...

Não sou um completo idiota ou orgulhoso de pedra.
Sou tão pequeno e humano quanto a pessoa mais humano que você possa conhecer.
E como humano eu sinto raiva, ódio e queimo em febre.
Falo coisas que não devo movido pelo momento.
Sabia que isso tudo é sinal de desespero?

Um desespero que me aflinge agora enquanto tento não publicar essa carta,
Enquanto tento me resguardar e me poupar dos comentários ácidos que tanta gente anda disparando por aí.
Mas minha vida é assim.
Se eu não me expor aqui, talvez você jamais saiba o quanto importante você foi pra mim.
Eu sinceramente desejaria sumir um pouco, sabe?
Fugir desses comentários que eu adoraria que ninguém formulasse.

Não sou misantropo, eu realmente gosto das pessoas e é isso que me faz querer elas bem longe.
Sou muito impetuoso, na primeira demonstração de carinho eu já me entrego, mergulho de cabeça e acabo me fudendo.
É por isso que me protejo na solidão.
Essa solidão foi o único refugio que encontrei que pudessem me proteger das frustrações.
Quando não se tem expectativas, não se vê decepção.

E não, não venha me dizer que tentei te afastar de seus amigos.
Eu jamais faria isso.
Só tento te afastar de outros que já lhe tiveram e lhe querem novamente.
Eu queria ter sido o único pra você, e queria que tu tivesse sido a única pra mim.

Eu te preservei sempre, pequena.
E tentei a qualquer custo evitar te colocar em mals lençóis,
Como pensa que eu poderia estar falando mal de você por ae?
E não espere que eu esqueça.
Eu te eternizei em poesia, Ariel.

Desculpe-me fazer pública essa carta, mas o correio não abre domingo e nem ajudaria a lhe dizer minha sincera despedida.

3 Comente aqui:

Jessé Nunes disse...

Meu amigo, não tenho palavras para descrever a grandiosidade e quão profundo é este post. Me lembro da vez em que te contei sobre o término de um relacionamento e é um sentimento que se aproxima muito de tudo isso que foi escrito. Parabéns por ter expresso isso tão bem em palavras

Ariel disse...

Enquanto vc consegue escrever um texto em minutos, eu levo horas para fazer um simples comentário. Admiro muito essa sua facilidade com as palavras, de como usa-las e transforma-las em lindos textos, a única pena, amor, é saber que quase sempre que escreve é por estar triste. Porém, sei também que é justamente por colocar tanto de vc e dos seus mais puros sentimentos que se tornam textos tão bons de serem lidos e fáceis de se identificar. Por isso, que venho aqui lhe dar os PARABÉÉNS pelo belíssimo e incrível escritor que é. Eu te amo.

Marcos Clark disse...

Mesmo quase 7 meses depois, eu ainda amo você.

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