Perecível
És tão linda.
Tão frágil.
Como porcelana, prestes a espatifar.
Tua vulnerabilidade é o que me atrai.
Saber que a qualquer momento tu podes não acordar chega a ser prazeroso.
E cruel.
Colocaria-te numa redoma de vidro.
Tornaria-te parte de minha história.
Recriaria-te a cada dia.
Desejo que te tornes eternamente minha parceira.
Que divida comigo minhas visões de horizonte, sóis poente.
Memórias não vividas, te entrego.
Toda atração que me prendes, tende a me afastar cada vez mais.
Como um produto perecível, temo teu prazo de validade.
Me tomo novamente à solidão.
Pessoas pelo mundo, meu bem, as vezes nascem solitárias.
Sou uma delas.
Toda minha partilha é datada, falida.
Nada pode ser feito, o fim sempre chega.
Destino previamente traçado.
Regras do jogo.
Aproveite o amor enquanto é teu.
Aprecia a mortalidade.
Faça bom uso do tempo que lhe resta, e não se prenda.
Saiba que estarei à teu lado.
Um dia tendo de ir.
Hoje sou teu, meu amor, amanhã nunca sabe.
3 Comente aqui:
Gostei muito do que escreves, de como escreves, essa forma poetica, vai nos deixando meio sheakesperianos.
Parabéns pelo talento.
Seu texto nos cativa, não há outro modo de explicar.
E esse amor pelo que é fraco, acho que toma conta de todos nós.
hoje nao vou nem comentar,
vou é escrever sobre.
tu me inspirastes com essa pérola!
Postar um comentário