Marcos Clark. Tecnologia do Blogger.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Paternidade


Eu sempre vi a adoção como algo insensato. Não conseguia me imaginar cuidando de um ser não proveniente de mim, com genes completamente diferentes dos meus. Hoje já não sei.
Tive o privilégio de conhecer uma história comovente de uma maternidade precoce, resultante à uma criança sem pai. Confesso, me pegou no ponto fraco.
Encontrei ali uma lacuna na qual eu me encaixava perfeitamente. Uma pequena desprotegida sem pai, um pai desprotegido sem filho.
Cresci numa família onde a adoção é algo ordinário, de quatro, dois adotados. O que me levou a pensar numa terceira adoção.
Sempre busquei nos meus pais o que levou a adotar tão de imediato minha irmã mais nova. Procurava um sentido pra algo tão ilógico e irresponsável.
Encontrei a resposta da maneira menos previsível possível numa noite qualquer.
Hoje tenho certeza que assim quando minha mãe soube da existência de minha irmã, no exato momento em que seus olhos se cruzaram, ela nem precisava piscar pra saber, ela já tinha certeza, assim como eu.
Aquela era a criança destinada a encontra-los, a criança destinada a ser um dos motivos de sua existência.
Aquela menina era de fato seu sonho realizado, o encontro seria inevitável.
Aquela criança sorriria pela manhã, aquela criança me chamaria de pai.

2 Comente aqui:

Cami @Indespair disse...

Não quero ser melosa, mais adotar para mim é tão sublime quando dar a luz em uma criança. Dar amor para uma criança que não recebeu o amor dos próprios pais é divino.
:*

Anônimo disse...

Tenho a forte convicção de que adotar é mais sublime que ter um filho. Qual é o sentido de escolher ter um filho, se você pode amar do mesmo jeito alguém que já está no mundo e realmente precisa de você?

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