Marcos Clark. Tecnologia do Blogger.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Satisfaction


Se eu lhes dissesse que minha vida foi difícil, que um dia me faltou algo, estaria mentindo.
Tive sim meus problemas na infância, mas não posso negar que isso não me impediu de ter tudo aquilo que desejei, na hora que desejei.
Carro, grana, mulheres.
Nunca precisei acordar mais cedo do que deveria.
Jamais mendiguei por pão ou atenção.
Bastava alguns telefonemas e minha solidão conseguia ser adiada para a manhã seguinte.
Talvez tenha sido esse meu grande problema.

Quando você tem tudo o que quer, na hora que quer, as coisas perdem um pouco o sentido, sabe?
Nada em abundância é valorizado.
Nem dinheiro, nem amor, nem sexo, nem paixão.
As coisas tendem a se desvalorizar e perderem o nexo com o passar do tempo e da inércia gerada pelo acumulo do que não precisamos, nasce a insatisfação.
Essa é a sina de quem tem sorte no jogo, não se satisfazer jamais.
Quando percebemos que tudo foi fácil demais, nos vem aquela pergunta capciosa:
"E daí? E agora? O que faço da minha vida?"
Eu sinceramente não sei responder.

Fui acostumado a esperar que as coisas fluíssem naturalmente.
Sempre me deixei levar pela maré.
A inércia tomou conta de mim de tal forma que acabei muitas vezes vivendo do ócio.
Nesse grande circo que é viver, meu maior vício foi ter me agarrado a qualquer coisa brilhante que pudesse me livre um pouco do tédio.
Assim eu só me afastava cada vez mais das respostas que procurava.

Já tentei música, fotografia, artes e romances.
Proclamei-me religioso, ateu e até mesmo adorador do diabo.
Já viajei pelo Brasil, li bíblias e auto-ajudas, dediquei-me a conhecer meu passado.
Já me droguei, matei, roubei e fui roubado.
Consultei cartas, búzios e tarô.
Procurei tanto que acabei me perdendo.
Nada ficou no lugar, tudo ficou pelo caminho.

Minha geladeira está cheia de cerveja e eu nem sequer suporto o gosto.
Minha carteira está cheia de papéis dos quais não servem pra nada.
Minha gaveta está cheia de diplomas que tenho vergonha em mostrar.
Minha vida está cheia de histórias que nem sei pra quem contar.

Hoje posso afirmar que tenho tudo que sempre quis ter.
E no entanto tenho absolutamente nada.
Como dizia Renato Russo, estou de saco cheio de me sentir vazio.
Nada me satisfaz, nada me alegra.
Talvez eu não passe de um grande derrotado.

Mas não vá contando vitória, você não é tão diferente de mim.
Temos tanta coisa importante pra fazermos e ainda assim preferimos definhar de frente pr'um computador enquanto nossas vidas passam sorrateira pela linha do tempo sem deixar vestígio algum.
Somos seres insaciáveis num mundo já saciado, somos pesos mortos na história.
Já perdemos tudo pelo que valesse a pena lutar e agora vagamos nessa grande rede do tédio.
Nossa juventude já teve de tudo, e ao mesmo tempo nunca tivemos nada.

Continue lendo >>

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Manifesto Suicida


Tenho pensado muito em suicídio ultimamente.
Sou bastante frustrado por nunca ter conseguido levar esse plano adiante.
Eu queria ter coragem, sabe?
Tomar todos esses medicamentos de uma vez, ingerir um pouco de álcool e definhar até meus sentidos desaparecerem por completo.
Eu queria ver o estrago que isso poderia causar.
Queria ver como é do outro lado.
Ver se existe mesmo Deus ou perdão.
Me sinto tão perdido aqui.

É como se o mundo não fosse bom o suficiente pra mim.
É tudo pesado demais.
Eu quero ser livre.
Meu corpo é pequeno demais pra mim, uma prisão na qual não consigo ao menos ficar de pé, minha mente é meu pior purgatório.

Eu queria sentir menos, queria mesmo ser ignorante.
Gritar no travesseiro não tem adiantado muita coisa.
Eu escrevo, escrevo, escrevo e o peso continua aqui dentro.
O grito continua preso na garganta.
O buraco continua aumentando e está ficando cada vez mais difícil enxergar algo belo.
- "O coração é como um punho cerrado."
Ouvi em alguma peça de teatro, e já estou tão cansado de lutar.

Essa merda de sociedade não ajuda em muita coisa, nos tira a esperança desde o nascimento.
Temos todas essas regras ineficáveis e esses dogmas estupidamente ultrapassados... arhg!
Pessoas que deveriam se ajudar, se matam por conta de pedaços de papel.
Enfiem essa grana no cu!
Não quero ser bem-sucedido, não quero seu dinheiro ou seu espaço-no-mundo.
Não quero me vender pra comprar essas coisas que nem mesmo preciso.
Eu quero ir embora daqui.

A humanidade está fadada ao fracasso.
Nem sei como ainda não explodimos de tanto ódio e rancor.
Bombas de nêutron, hipocrisias, idiocrassias, me dão tanto nojo.
Eu não pertenço a esse lugar.

Desde pequenos somos levados a acreditar pelos contos de fadas e nas letras de músicas que encontraremos o amor altruísta, que seremos felizes no final, mas cadê?
Só o que vejo é medo, insegurança e egoísmo.
Ninguém tem amado ninguém pelo que a pessoa é.
Sou toda essa mistura de idéias e questionamentos, eu deveria me amar e no entanto me odeio.

A gente é tão fraco que vive cada minuto tentando encontrar alguém que nos dê um motivo.
Estamos tão desesperados que nos agarramos na primeira pessoa razoavelmente bonita que nos dê carinho e um pouco de atenção.
Não adianta, assim como todo divórcio começa com um pedido de casamento, todo coração começa a se partir no exato momento em que é reconstruído.
A gente sempre se fode no final e continuamos tentando, é um prazer bastante masoquista.

Nem o conceito de Deus me mantém no lugar.
Eu queria mesmo cair de joelhos e rezar pra algo que realmente exista e se mostre pra mim.
Mas quando faço isso só escuto o retorno da minha própria consciência pesada respondendo com as piores palavras os meus próprios dilemas imorais.
Queria encontrar meu lugar, deitar eternamente em berço esplêndido e dormir ao som do mar e a luz do céu profundo.
Mas aqui onde estou, nessa cama grande e vazia, só existe solidão e melancolia.
Nem dormir direito consigo.

A verdade é que por detrás desse cara aparentemente forte, existe uma criança desesperada gritando por socorro.
Um órfão, perdido num mundo que talvez jamais o compreenderá ou será compreendido por ele.
Somos loucos-fora-da-caverna.
Um lugar de valores corrompidos que corrompem até o que nunca se corromperia.
Tudo aqui é um paradoxo doentio, um ciclo vicioso e bastante perigoso.
Estamos todos perdidos e desamparados.

Não há muito o que fazer.
Talvez tudo não passe de uma grande piada que eu ainda não entendi,
ou talvez eu esteja realmente ficando louco.

Continue lendo >>

sábado, 24 de setembro de 2011

Epílogo


Talvez seu cheiro seja a única coisa que ainda gosto em você.

Continue lendo >>

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Lucy


Tenho perdido noites de sono me questionando o que eu realmente quero da vida.
No meio dessa crise de meia-meia-idade a ânsia por respostas acabou se transformando numa insônia desgastante.
Sem conseguir dormir ou dormindo muito pouco, me vejo nadando entre respostas incompletas e futuros incertos.
Me peguei fazendo planos e culpando sei lá quem por ter me dado a vida, mas não ter me ensinado o que diabos eu deveria fazer com ela.
E foi a alto custo que hoje digo que cheguei a uma resposta.

Eu quero voar, mergulhar de cabeça e me deixar levar pelo sentimento.
Nem sei porque insisto em fincar meus pés na areia com medo de deixar a água me levar pra longe.
E mesmo que eu me esforce pra manter meus pés no chão, posso dizer que já consigo sentir o vento tocar meu rosto como se estivesse indo
ao encontro de algo grandioso que está prestes a acontecer.
Como se cada dia que se passa fosse um a menos pro dia onde encontrarei minha menina dos olhos de caleidoscópio.
Sim, realmente acredito que minha missão na Terra seja encontrar uma pessoa.

Por mais que minhas atitudes indiquem o contrário, sempre fui um cara romântico.
Eu acredito mesmo na mágica e no poder do amor.
Acredito naquele amor romântico onde duas pessoas se encontram e juntas escrevem seus felizes para sempre.
Eu sei, eu sei vivo dizendo que pra sempre é tempo demais.
Só que digo também que é preciso ignorar algumas leis pra que algo considerado irreal se torne possível.

E que me perdoe minhas ex, mas não posso dizer que já encontrei-a.
Isso vai muito além do amor que um dia senti por vocês, meninas.
Não tem a ver com mulheres, ou conquistas.
Ou ao amor carnal e matrimonial que senti por vocês.

Estou no mundo a procura de um momento, um momento que dure a vida inteira.
Sabe quando estamos vivendo do ócio onde nada nos toca e nada nos satisfaz, até que algo grandioso acontece
e no segundo seguinte a isso seu coração parece estar batendo do lado de fora do peito, o ar escapa e a gente sente como se nada mais importasse?
É por esse momento que procuro.

Por acreditar no amor, confiei cegamente que a minha menina caleidoscópica pudesse ser alguma mulher que me tirasse do tédio.
Que pudesse ser aquela que usaria uma aliança dada por mim e aceitasse meu pedido de felizes para sempre.
E como outrora, eu estava errado.
Não se trata de uma mulher especifica, mas de uma menina.
Ela não dividira a cama comigo, mas imploraria que eu ficasse ali por mais alguns minutos balançando seu berço.
A menina de quem falo possui o sorriso inocente de quem acabou de nascer.
E me chamaria de pai.
É exatamente aqui onde meus dois maiores sonhos se encontram.
Quando parei pra pensar um pouco, percebi que meu sonho de ser pai e o sonho de encontrar a menina de olhos de caleidoscópio se completavam e tornavam-se um só.
A minha menina seria nada mais, nada menos do que minha própria filha que nem sequer está pronta pra nascer.
Será alma da minha esperançosa alma, sonho do meu grandioso sonho, amor do meu sublime amor.

Continue lendo >>

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Epitáfio


Te fiz prosa, verso e poesia.
Te ninei, cantei e sorri.
Dei abrigo, te aturei, e torci.
Te criei, te moldei, te venci.
Mergulhei, me entreguei, te servi.

Manipulei, te xinguei e trai.
Blasfemei, tramei e feri.
Eu gritei, segurei, te agredi.
Te larguei, desprezei e sorri.
Crucifiquei, perdoei e dormi.

Eu chorei, te matei, te perdi.
Mas pensei, castiguei-me e reagi.
Acordei, aceitei e segui.
Escrevi, apaguei e fugi.
Re-pensei, me lembrei, e morri.

Continue lendo >>

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Paciência


Confesso pra ti que nunca soube lidar com saudade.
Desde muito pequeno fui acostumado a ter tudo o que queria, na hora que queria.
Quando desejava algo batia o pé, gritava, esperneava até que tivesse o objeto do meu desejo.
Hoje quero você.

A boa notícia é que com a vida aprendi a esperar o momento certo.
Depois de muito bater de frente com a parede percebi que a paciência é a maior das virtudes.
Se me dissessem a dois meses que um dia estaria com alguém como você, entraria em parafuso.
Acabaria fazendo tudo errado e não te encontraria pelo caminho.
Eu tive de esperar para ver.
E aqui estamos nós.

A tempos atrás, sentir saudades era como se eu fosse obrigado a esperar por algo que já era meu por direito.
Me angustiava, ficava extremamente ansioso.
Tinha uma idéia muito ruim do sentimento.
Hoje sinto sua falta e não sei se deveria sentir.
Sem dúvidas que queria ter todo dia aqui comigo,
Não precisaria confessar pra que soubesse disso.
Mas tudo tem sua hora.
Sentir saudades pra mim a poucos meses atrás, era uma tormenta.
Agora é uma dádiva.

Já não tenho pressa.
Vivo com a certeza de que a espera valerá a pena.
Ter de esperar pelo dia que te verei novamente é algo bom.
A cada dia que passa, sinto como se o corte no céu da boca estivesse aumentando.
E diferente do que sempre disse, não quero que cicatrize.
Acaricio com a língua todo o tempo, como se quisesse sentir um pouco de sua dor.

Não quero que as coisas aconteçam mais rápidas do que deveriam acontecer.
Quando estamos juntos as coisas são tão fantásticas, que tenho medo que seja apenas fogo de palha.
As coisas fluíram com tanta facilidade, que não posso permitir que acabe prematuramente.
Como você bem sabe, é difícil encontrar pessoas como você e eu.
Que vêem o mundo da maneira que nós vemos.
Por isso mantenho os pés pousados no chão.

Não é por medo de voar, você sabe.
Só me assusto mesmo quando vejo o mar.
Contigo me sinto bem, sei que posso voar alto.
E quanto mais alto se vai, mais profundo se torna.
E quanto mais profundo se torna, mais alto se vai.
Entramos num ciclo vicioso.

Já troquei muito sentimento, criei muitas coisas que jamais existiram com outras pessoas.
Por isso não quero te sobrecarregar.
Não dá pra saber se o que esperamos é real ou apenas uma utopia.
É cedo demais pra acreditarmos em qualquer coisa.
Por esse motivo não gosto de acreditar que temos prazo de validade.
Somos absurdamente jovens e temos todo o tempo do mundo pra descobrir.

Agora não nos resta muita coisa senão agradecer.
Não acredito em Deus como a maioria acredita,
Como se ele estivesse esperando que eu o agradecesse por ter te colocado em meu mundo.
Sou bastante grato.
E apenas espero, como forma de agradecimento.

Continue lendo >>

Narcisismo


Permitam-me assumir que nós escritores somos os seres mais presunçosos da humanidade,
achamos tão importantes o que pensamos que acreditamos
que outras pessoas deveriam pensar o mesmo.

Sabemos que as pessoas estão tão desesperadas pra sentir algo, que acabam criando esses sentimentos somente pra fazerem acreditarem que sentem o mesmo e que
fazem parte de algo belo.
Mas não fazem.
Citar Lispector ou qualquer outro escritor não faz de você uma pessoa culta.
Citações servem apenas pra nos lembrar que somos tão necessitados em dizer o que sentimos
e pensamos, que acabamos usando frases prontas pra expressar o que jamais conseguiríamos
dizer com nossas próprias palavras.

Não coloquem suas esperanças nos seres mais sádicos e egoístas que existem.
Nós realmente desejamos que vocês fiquem entediados e sofram.
Se as pessoas fossem sempre felizes e ativas, jamais escreveríamos um conto sequer.

Nós não estamos aqui pra compartilhar sentimento na esperança que vocês amenizem nossa dor ou se solidarizem com ela.
Nós gostamos da dor.
Sem ela, metade dos livros que existem nem sequer existiriam.

Vivemos numa ociosidade tão grande que escrevemos pra não acabar morrendo no tédio.
Eu, por exemplo, deveria sair do blog e terminar meu romance.
Um escritor sem um livro, não passa de alguém querendo aparecer.
Minha história é sobre um escritor que não consegue escrever.
Que passa horas procurando histórias nas histórias dos outros.
E realmente acredito que faço parte disso tudo.
Penso e falo como meu personagem principal.
E mesmo vendo em tantas pessoas histórias tão interessantes,
eu simplesmente ignoro-as.
Ignoro-as por acreditar que são meros personagens secundários, e como tais,
Serão descartados na próxima cena.

Eu deveria me afastar das pessoas por um tempo e escrever mais sobre elas.
Mas não consigo.
Não importa o quanto eu me esforce, no fim acabo escrevendo apenas sobre mim mesmo.
Talvez seja porque eu sou a única coisa que realmente conheço, ou almejo conhecer.
Talvez seja auto masturbação ou puro narcisismo.

Como termina esse conto? Eu não sei.
Nem sequer cheguei a página 10.

Continue lendo >>

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Camaleoa


Ele passara grande parte da vida acreditando no belo.
Um romântico incorrigível, até a página 5, acabou se perdendo num mundo promiscuo e vazio. O mundo dos que não tem alma nem amor próprio.
Ele queria sonhar.
Fazer parte daquilo, era seu purgatório, na verdade.
Um mundo repleto de caminhos perdidos e escolhas mal feitas.

Ela ainda acreditava.
Pequena sonhadora cativante.
Não sabia muito bem onde estava indo, nem como chegaria lá, mas acima de tudo ela ainda acreditava.
Vivia num baile de máscaras, e dançava como convinha dançar.
Mas agora estava ali naquele mundo que não lhe pertencia,
Implorando por liberdade, se agarrando em tudo o que lhe trouxesse um pouco de vida.

As coisas fluíam com uma facilidade indescritível entre os dois.
Quem os via de fora, acreditava que eram amantes seculares.
O beijo era terno, a paixão era visível.
Transcendiam tudo aquilo que as pessoas acreditavam até então.
Eram ao mesmo tempo ávidos e impetuosos, um perigo pra sociedade.
Uma soma de romances tórridos, amores sórdidos, dúvidas, disfarces, jogos e mais jogos

Ela de certa forma sabia exatamente como ele via o mundo, sem necessidade de palavras.
E sentia o que ele sentira tantas outras vezes na vida.
Ela era o que ele sempre foi.
Todo aquele desespero enclausurado, aquela vontade auto destrutiva de gritar para o mundo
coisas que o próprio mundo ainda não estava preparado para ouvir.
Ele era o que ela sempre sonhara ser.
Um misto de liberdade e indiferença.

Ela era assustadoramente inteligente, loucamente bela.
Era o mistério que ele deseja desvendar pelo menos uma vez na vida.
Ela tinha a porta, ele possuía a chave.
Ela possuía o fim, do começo de cada frase que ele não soubera terminar.
Era a história perfeita que ele sempre sonhara encontrar.

Continue lendo >>

domingo, 4 de setembro de 2011

O mundo odeia você


Não existe essa história do universo conspirar para que tudo dê certo.
O universo está aí somente pra mostrar o quão miserável e insignificante é sua existência.
E faz questão de mostrar isso por meios de provas que estamos fadados a fracassar.
Vivemos num jogo sádico.
Se deus existe, ou ele está dormindo ou se divertindo horrores às nossas custas.

Não adianta. Por mais que a gente se esforce, a gente sempre deixa passar aquele momento que poderia ter mudado tudo.
E as vezes não é nem o que fazemos que acaba nos fudendo, mas exatamente aquilo que deixamos de fazer.
Somos tão masoquistas que logo em seguida nos vem aquele pensamento de "ah, e se eu tivesse dito isso ou feito aquilo?".
Já era, meu amigo. Agora é tarde.
Rápido como um foguete se vai aquele minuto sagrado que poderia ter mudado sua vida.

Eu sempre gaguejo no final e acabo trocando as palavras.
Depois que faço a merda, tento catar os cacos um-a-um numa frustrante tentativa de concerta-lo depois.
Uma grande perda de tempo.
O vaso jamais estará tão perfeito quanto esteve no minuto que acabou de passar.

Se isso já aconteceu com você, não se sinta tão mal.
Todo mundo passa por isso o tempo todo.
Basta olhar pra esses casais discutindo no meio das ruas.
Tudo o que queriam era estar se beijando, transando ou se amando pra sempre.
Mas não.
Eles preferem trocar insultos e se voltar uns contra os outros como se fossem realmente rivais.
É a velha tentativa de consertar o erro que acaba tornando-o maior.

É algo tão presente em minha vida que se eu tivesse de me definir como pessoa, diria que sou a soma de todas as coisas não fiz.
O fracasso nos molda com muito mais força e empenho do que o próprio sucesso que a gente insiste em alcançar.
Não se tem muito o que fazer.
o que nos resta no fim das contas é simplesmente dizer foda-se, tacar a vida adiante e nos lembrar de não cometer o mesmo erro na próxima vez.
Sem nem ao menos perceber que a próxima vez acabou de passar e nós simplesmente não vimos.

Continue lendo >>

  ©Juventude Envelhecida - Todos os direitos reservados.

Template by Dicas Blogger | Topo