Requiem
Decepção novamente bate à porta.
Já não tenho mais tanto medo de abrir.
A parte boa de apanhar tanto é que cedo ou tarde você acaba não sentindo mais nada.
Mas ainda é tão estranho esse topor inicial,
Aquele silêncio que precede o esporro, sabe?
É uma calmaria...
Uma calmaria temporária, mas ainda sim uma calmaria.
Tenho me sentido um tanto quanto velho ultimamente.
E já não me preocupo tanto com esse tipo de coisa.
Não tolero nem aturo corações levianos.
Afinal, já tomei tanta porrada, mas tanta porrada que já me considero um vencedor.
E como vencedor agora quero meu prêmio.
Aquele mérito sagrado comprado com sangue e suor.
Como diria Caio: "Estou fugindo de tudo o que me atrasa, me engana, me retém."
Já deu, sabe?
Não aguento mais ficar aqui pensando besteira enquanto tem gente por aí cagando e andando.
Quero algo que me faça sentir especial, algo que eu saiba que estará do meu lado pro que der e vier.
Eu mereço.
To saindo por aí.
To querendo me encontrar de uma maneira que ainda não me encontrei.
Amar um pouco mais quem sempre esteve comigo.
Estou indo embora.
E se alguém perguntar pr'onde fui, responda com zelo e orgulho:
Ele foi ser feliz e não volta!
1 Comente aqui:
"A parte boa de apanhar tanto é que cedo ou tarde você acaba não sentindo mais nada", disse tudo.
Eu amei esse texto, mas como não amar? Você descreve muito bem coisas que estão guardadas bem fundo, e que é difícil trazer à tona.
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