O filho do vento
Resumo meus romances pelo final.
Essa história de lembrar das partes boas é tão difícil quando se vê claramente a parte ruim, sabe?
Machuca de verdade tirar a venda da face e enxergar o que sempre esteve ali.
Viver é muito fácil quando se mantém os olhos fechados.
O pior é que nem ao menos consigo esquecer tudo aquilo que não quero lembrar, e isso é tão clichê.
Clichê, isso sim resume os romances.
No começo a gente sabe como vai acabar.
Como aquelas novelas baratas das quais nem precisamos assistir pra saber o final.
Sabemos que alguém acabará ficando pra trás e lamentará piegamente ter desperdiçado tanto zelo, tanto carinho em absolutamente nada.
Lembranças, momentos, sensações... Isso tudo podemos ter sozinhos.
E esse egoísmo que nos ajuda a esquecer é a pior parte.
Toda a intensidade do que era belo acaba resumido em desgosto.
Mágoa, desespero e desconforto.
O que tô sentindo não é nada bom.
Como amor pode acabar virando isso?
Todos falam do amor, "óh o amor!".
E fantasiam algo que não existe. Ou existe. Mas está ali naqueles momentos de uma terça a tarde num sofá.
Em uma piada sem graça ou em algo que só faríamos ao lado dela.
De verdade acredito que essa glamourização do amor só torna tudo isso mais dificil.
Músicas tristes, escritores melancólicos.
O que eu achava que era amor, na verdade era drama.
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