O beco
E novamente chegamos aqui.
Um beco sem saída, de frente pros mesmos problemas que já nos assombram a séculos.
Ao meu lado nesse lugar escuro só me resta você, e eu sinceramente não consigo permanecer aqui.
Paredes ao redor nos lembrando que isso não vai dar em nada.
Que por mais que a gente dê uma volta procurando outra rua, acabaríamos aqui novamente.
Não quero me voltar contra você.
Eu te conheço tão bem.
É só o que nos resta.
Quando o pouco que se tem acabada significando tudo o que possuímos, não existe o que fazer senão deixar pra trás.
Sabe, eu me agarrei firmemente nisso tudo.
Você era tudo o que eu tinha.
E não pude lhe oferecer senão o pouco que tenho, o pouco que sou.
Queria que fosse o necessário para construirmos algo bonito, pintar essas paredes e esconder as rachaduras, mas sei que não é.
E isso me destrói.
Eu realmente preciso ir embora, mas depois de tanto tempo nesse beco, conhecendo tão bem cada parte mal pintada, cada reflexo que aqui se encontra eu percebo que não conheço mais o caminho de volta.
E permaneço aqui... sozinho.
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