Marcos Clark. Tecnologia do Blogger.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Sobre café e cigarros


Minha casa está fedendo a cigarro.
Meu quarto está fedendo a cigarro.
Meus dedos estão ficando amarelos.
Meu corpo será entregue ao diabo.

Não acredito que tenha voltado a ser quem eu era, isso seria regressão.
A evolução é a lei que rege o universo, ninguém aqui está regredindo.
Acredito que estou indo além do que um dia já fui.
Estou subindo uma imensa escadaria em direção a mim mesmo.
As coisas que antes me preocupavam tanto estão ficando cada vez menores,
Como pequenos quadros pintados a dedo que se apagam e definham na luz.

Aqui de cima não dá p'ra ver a um palmo do rosto.
Talvez seja isso o que mais atiça a curiosidade.
Gosto de certezas visíveis, mas sem isso ao dispor, me disponho a mergulhar no abismo da incerteza.
Tenho tempo de sobra, palavras lançadas, comportamento egoísta.

Tenho esperado visitas.
Tenho aguardado respostas.
Tenho convidado pessoas.
Tenho a mesa disposta.

É chegado um novo tempo de luta, um novo tempo de dor.
Vindo rápido como foguete, forte como um trem, impetuoso como um antigo carro escocês que lembro ter visto em algum filme antigo.
Recebo-o de braços abertos.

Minha vida é feita de lutas, uma noite se dorme no paraíso e na manhã seguinte se acorda no inferno.
Isso é até atraente.
As vezes dou de cara na porta, as vezes ganho presentes que nem imaginava existir.
Mesmo quando me vejo contra mim mesmo, eu lembro que após um tempo apanhando, é provável que eu acabe dizendo "foda-se".
E depois que eu digo "foda-se" minha casa começa a feder a cigarro.

Continue lendo >>

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

!COMUNICADO!




Estou fora de casa e vou rodar por aí procurando experiências pra compor um livro. E como tô com pouca grana, estou procurando pessoas caridosas que me abriguem por um ou dois dias, seja de qualquer estado ou município do Brasil.
Darei um jeito de compensar a hospedagem, seja com mão de obra, ou coisas que se façam necessárias.

Se não encontrar um lugar pra ficar, bem... escrevo sobre como é ser mendigo!


Interessados deixem um comentário aqui contendo:

Endereço COMPLETO; telefone pra contato; dias que poderei me hospedar e condições de hospedagem.

Continue lendo >>

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Mergulho Final


To tentando me encontrar.
Tentando esquecer todo o mal que me rodeia.
Mas to com um medo fodido de me perder no caminho...
A verdade é que perco mais tempo escrevendo do que vivendo.
Isso é cansativo demais.

Nunca ficamos tão longe quanto agora e a cada minuto que passa me sinto mais e mais distante.
Não quero que me jogue uma corda, nem que seja somente pra ser amarrada ao pescoço.
Só queria que respeitasse tudo o que um dia fomos, porque mesmo que não acredite, está sendo difícil pra caralho superar tua ausência.
Eu vou sair dessa, você também, somos orgulhoso demais pra nos mantermos aqui por tanto tempo.
Tente como eu, ocupar sua mente com coisas saudáveis
Mesmo sabendo que essas pequenas coisas nem chegariam seque a tapar metade do buraco que ficou em nossas vidas.
Nós nos entregamos demais.

Perdoe certas coisas que eu possa vir a fazer no futuro, sou bastante impulsivo e colérico.
De qualquer forma se eu disser que quero teu mal, simplesmente ignore. Meu coração ainda está partido e já não falo coisa com coisa.
Meus pensamentos se afundam numa espiral condescendente torturando-me como um castigo necessário.
Fazendo-me ver suas coisas a cada minuto que passa esperado uma resposta direta.
Teu cheiro ainda está aqui, e merda, tu cheira tão bem.
O mesmo cheiro foi meu abrigo por 10 curtos meses, que quando dei por mim, já tinham-se esgotado.

Não me arrependo de nada que fiz ou falei, ou até me arrependo sim.
Me arrependo de não ter aproveitado cada minuto como se fosse o último.
Quando estamos juntos a gente acaba não dando valor, essa é a vida!
Então desculpe-me se em algum momento não lhe dei atenção ou te apoiei em algo importante, eu sou tão desligado...
Desejo teu bem e que encontre a paz que não encontrei nos momentos difíceis.

Desejo-lhe tudo de bom, porque realmente sou grato por ter me ensinado tudo o que aprendi,
Obrigado por me mostrar que a infância é algo importantíssimo e que não passamos de crianças órfãs, vagando por esse mundo tão perigoso e sombrio.
E como uma pititita criança órfã, to me sentindo tão só que acabo me agarrando a qualquer coisa que me tome a atenção mesmo que por 5 minutos.
Você já me trouxe paz um dia.
E o caos que hoje sinto é difícil demais pra aguentar.

Você me ensinou a sonhar e ainda te tenho e meus sonhos .
Acordar tem sido bastante difícil.
Só ocupo um espaço na cama e as vezes até durmo no chão tentando mudar minha rotina.
Saiba que torcendo por você em pensamento em seu futuro brilhante seja como arquiteta, fotógrafa ou qualquer coisa que lhe faça tão bem.
Quero que saiba que será amada mesmo que distante.
E quando estiver sozinha, mesmo que não veja estarei com você.
Mesmo que estejas com caras que não te merecem.
Ou merecem, mas sou egoísta demais pra aceitar isso.

Olhe um pouco pro céu e seja menos cética.
Perceba que se nos encontramos na vida não foi culpa do acaso.
O acaso não existe.
Aceite que algo esplendoroso nos guiou até esse momento.
Entendendo isso, me perdoe perdoando-se.

Que não tenha nojo de mim caso eu volte a ser o que era.
Que mesmo me achando abominável, que torça pra que eu encontre em alguém o que nunca encontrei em mim mesmo.
Entenda que o vazio que hoje te corrói por dentro é passageiro, mesmo que extremamente forte.

Desculpe a extensão da carta e os erros que nela cometi.
Peço ao deus da tua compreensão que entenda tudo que nela escrevi.

Pare por um momento, e me diga o número de parágrafos que leu aqui.
Exatamente dez meu amor, feliz aniversário atrasado.
Vou sentir sua falta.

Continue lendo >>

Janus


É engraçado como tudo se perde tão facilmente.
Ninguém disse que seria fácil dizer Adeus, virar as costas e seguir adiante.
Realmente não está sendo.
E mesmo sabendo disso tu insiste nessa mania de transformar em pó aquilo que um dia
nos trouxe tanta alegria.

Posso dizer com convicção que deixar você foi a decisão mais difícil da minha vida,
Simplesmente pelo fato de eu não querer deixa-la jamais.
Eu queria que aquilo tudo fosse eterno.
Tu me conhece tão bem e insiste em me machucar...
Sabe, as coisas que tu fazes me dão uma certeza tão dolorosa de ter feito a escolha certa...
Eu realmente queria conseguir me arrepender de ter feito isso, mas não consigo.
As vezes chego até a agradecer ter conseguido enfim concluir essa história tão batida e enrugada.

Lacrando essa história me sinto livre.
Livre de uma forma que não seria com você, porque essa sua aparência tendenciosa aprisiona e acaricia qualquer ego que seja tão maltratado quanto o meu.
O brilho de tua beleza é tão esplendoroso que acaba nos aprisionando de uma forma que fica difícil ver esse teu lado egoísta e cruel.
E eu já tive tanta esperança...

Acredite ou não, eu já não penso mais na praia, não penso na noite perdida que passei em claro chorando sua displicência.
Eu penso apenas nas possibilidades que hoje não existem mais.
Não me assusta saber que tu voltou a cometer os erros grosseiros que inúmeras vezes tive de perdoar no passado.
Me assusta mesmo é saber que pouca coisa que tu possa fazer agora iria conseguir me surpreender,
Tu é fraca, previsível e estupidamente covarde.

Agora quero apenas a paz que eu tinha antes de você chegar.
Não que eu não estivesse em paz com você, eu estava, mas era uma paz incerta, existia aquele medo latente de que tua parte feia pudesse gritar mais forte que a razão.
Quero voltar ao começo;
Quero não ter mais de chegar ao limite toda vez que tu faz algo que possa magoar;
Quero a liberdade de reagir sem medo de ferir quem eu amo.
Quero não me importar, não sentir, não te amar.
Te amar me dói muito, Ariel.
Dói de tal forma que se me perguntassem nesse momento o que sinto por ti eu não saberia responder.

Continue lendo >>

domingo, 14 de agosto de 2011

Lealdade


Eu me rendi muito aos teus encantos.
Baixei a guarda e me fiz completamente vulnerável as suas palavras e ações.
Isso poderia ser muito bom se você não fosse tão sádica.
Qualquer atitude ou gesto atencioso que você fizesse teria o efeito dobrado.
você realmente me fez sorrir e esquecer coisas que eu não deveria ficar pensando.
Não estou dizendo que não fez.
O grande problema é que sabendo o quanto eu era vulnerável a você, você abusou.
Você conhecia meus pontos fracos, Ariel.
É completamente desumano o que você tem feito.
Quando sentia vontade, cutucava cada ferida e se orgulhava disso.
Eu conseguia sentir o sorriso de satisfação na sua cara quando via que o nobre e insensível soldado
estava ferido por uma flecha proferida por você.
Mas isso não era uma competição.
Sei que você é muito nova e talvez ainda não entenda o real significado da palavra COMPANHEIRISMO.
Eu mesmo na sua idade não sabia.
Mesmo sabendo disso eu continuei, porque quando se está completamente apaixonado quanto eu estive, a gente aguenta qualquer coisa.
Eu te dei tantas chances...

Fui um tremendo babaca.
Babava por ti como uma criança baba por seu brinquedo favorito e me orgulhava de cada sorriso doce que você deixava no ar.
Estava nas palmas de suas mãos e tu não soube cuidar.
Hoje infelizmente te vejo não como um monstro, mas como uma pessoa imatura demais.
Uma sereia egoísta que só canta pra poder provar pro mundo que tem tudo o que quer.
Espero que pelo menos com isso, você tire algum ensinamento assim como eu tirei a alguns anos atrás.
E não faça com outro, o que adorava fazer comigo.

Eu já fui feliz com você, Ariel.
Mas no fim das contas, você mais me fez mal do que bem.

Continue lendo >>

Requiem


Decepção novamente bate à porta.
Já não tenho mais tanto medo de abrir.
A parte boa de apanhar tanto é que cedo ou tarde você acaba não sentindo mais nada.
Mas ainda é tão estranho esse topor inicial,
Aquele silêncio que precede o esporro, sabe?
É uma calmaria...
Uma calmaria temporária, mas ainda sim uma calmaria.

Tenho me sentido um tanto quanto velho ultimamente.
E já não me preocupo tanto com esse tipo de coisa.
Não tolero nem aturo corações levianos.
Afinal, já tomei tanta porrada, mas tanta porrada que já me considero um vencedor.
E como vencedor agora quero meu prêmio.
Aquele mérito sagrado comprado com sangue e suor.
Como diria Caio: "Estou fugindo de tudo o que me atrasa, me engana, me retém."

Já deu, sabe?
Não aguento mais ficar aqui pensando besteira enquanto tem gente por aí cagando e andando.
Quero algo que me faça sentir especial, algo que eu saiba que estará do meu lado pro que der e vier.
Eu mereço.
To saindo por aí.
To querendo me encontrar de uma maneira que ainda não me encontrei.
Amar um pouco mais quem sempre esteve comigo.
Estou indo embora.
E se alguém perguntar pr'onde fui, responda com zelo e orgulho:
Ele foi ser feliz e não volta!

Continue lendo >>

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Melancolia


Eu queria poder escrever quando me sinto bem.
Queria chegar aqui e expor algo mais do que tristeza e solidão.
Ás vezes me canso aqui tentando digitar palavras alegres, boas memórias, e simplesmente não consigo.
E a vontade de escrever se vai trazendo consigo um desconforto indescritível.
O fato é que vivo intensamente cada sentimento, e me dedico a extirpar a tristeza compartilhando-a com vocês.
Tristeza é tudo o que escrevo.
Não deixe-se acreditar que escrever pra mim é algo fácil.
Escrever é cansativo e doloroso.
Cada palavra que busco tem um significado profundo, cada ponto, vírgula e até mesmo os pingos nos i estão de certa forma lotados de sentimento.

Comecei a escrever como terapia.
Uma terapia narcisista que visava me fazer acreditar que era bom em alguma coisa, nem que essa coisa fosse escrever um mundo fantasioso.
E percebi que isso era fácil demais.
Tornou-me um vício.
Criar um reinado completo no qual somente eu possuía o controle era meu hobby.
Antes nojo, conhecendo pouco ou nada sobre a vida, fantasie tanto que tornei tudo aquilo real.
Me encarcerei nesse mundo acreditando que aqui seria imune a todos e a tudo que pudesse me incomodar.
Necessariamente eu me isolei.

Permitam-me dizer que o isolamento foi necessário, eu precisava me encontrar.
E consegui.
Mas não foi sobre um trono e vestes reais que me vi.
Encontrei-me amordaçado num quarto escuro de mim mesmo, trancado, usava uma máscara de ferro.
Desesperado sentia fome, frio e medo.
Medo de ser encontrado, medo de ser descoberto.
Meu medo maior era de me deixar descobrir que eu era exatamente tudo aquilo que eu temia ser.
Um ser humano nu, jovem e extremamente ignorante.
Eu me achava demais.
Quando se é jovem e se tem tudo o que quer você se acha o maioral.

Nesse meu mundo eu era rei absoluto.
Ao redor de mim, via as pessoas como súditas, fossem elas quem fossem.
E por ser rei acreditava que devia agir como tal.
Olhando para atrás, me vejo com um profundo desgosto.

Esse meu mundo era fechado.
Ninguém saia, ninguém entrava.
Por mais que estivesse rodeado de pessoas, meu reinado foi solitário.
A arrogância e a presunção tomaram conta de mim por todos os anos de reinado.
O egoísmo chegou no momento mais inoportuno.
Como um auto desafio me destronei acreditando que o trono era meu, que eu tinha o poder de tomá-lo de volta a hora que quisesse.

Me decepcionei.
Obrigado, voltei a escrever e por fim percebi que primariamente sou um escritor melancólico.
E como escritor melancólico, tristeza é a única coisa que lhes posso oferecer.

Continue lendo >>

  ©Juventude Envelhecida - Todos os direitos reservados.

Template by Dicas Blogger | Topo